Vila do Conde: 106.º aniversário da Implantação da República

Assinalou-se, no passado dia 5 de outubro, o 106.º aniversário da implantação do regime republicano em Portugal. A data, que voltou a ser assinalada como feriado nacional, foi evocada como habitualmente em Vila do Conde, pois mesmo durante os anos de suspensão do feriado, o Executivo Municipal lembrava este marco importante da história portuguesa.

A cerimónia iniciou-se com a revista ao corpo de Bombeiros Voluntários pela Presidente da Câmara Municipal, Dr.ª Elisa Ferraz, que, de seguida, procedeu ao hasteamento da Bandeira Nacional, enquanto o Conservatório de Música de Vila do Conde entoava o Hino Nacional.

Convidados todos os presentes a deslocarem-se para o Salão Nobre dos Paços do concelho, a Dr.ª Elisa Ferraz apresentou as suas saudações e manifestou a importância pessoal e institucional que atribui a esta histórica data, que assinala a transição política para o caminho da democracia.

Seguiu- se uma conferência intitulada: 5 de outubro de 1910. Antecedentes e o protagonismo do Norte e de Vila do Conde proferida pelo historiador Joel Cleto, na qual foi contextualizada a implantação do novo regime político desde a Revolução Liberal de 1820, passando pelo Ultimatum inglês e não esquecendo a revolta falhada do 31 de janeiro de 1891. Cleto enfatizou também o papel preponderante do Duque do Porto, o infante D. Afonso Henrique, no aconselhamento ao rei, seu irmão, para que não se avançasse para uma guerra civil que procurasse conter o avanço dos republicanos. Realçou o papel do norte do país na formação de elites intelectuais e ideológicas, que propiciaram a mobilização dos agentes que impuseram o novo regime e referiu ainda os importantes avanços tecnológicos verificados após a Regeneração, os quais potenciaram uma comunicação mais célere entre o norte e Lisboa. Na sua narrativa foi também referido o papel de Vila do Conde, como localidade que acompanhou os novos tempos que emergiram após a segunda metade do século XIX e que conduziram a alterações profundas da vivência portuguesa.

A sessão evocativa culminou com uma romagem ao cemitério, onde foi depositada uma coroa de flores em memória de todos os republicanos.