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“Feira dos Vinte” no dia 20 de janeiro

A tradição já não é o que era e passaram-se os tempos de pedir namoro em verso. Mesmo assim, todos os anos, Vila do Conde evoca a secular “Feira dos Vinte” ou “Feira dos Namorados” onde, noutros tempos, acorriam rapazes e raparigas com a esperança de conseguir um namoro ou até, quem sabe, encontrar o futuro marido ou esposa.
É já no próximo dia 20 de janeiro, sexta-feira, na Praça de S. João, que os alunos da Escola EB 2/3 “A Ribeirinha", vestidos a rigor com trajes do séc. XVIII, vão recriar o ambiente festivo da “Feira dos Namorados”, divulgando e vendendo as tradicionais colheres de pau transformadas em pequenas obras de arte e que levam, a quem as compra, belas mensagens de amor.
Esta iniciativa, promovida pela Câmara Municipal em conjunto com os Agrupamentos de Escolas e Escolas Secundárias, conta também com a participação da Associação Velha Lamparina e da Escola Profissional de Vila Do Conde, que dinamizarão no local um mercado com produtos da época e garantirão a animação do evento.
Este ano, foram decoradas mais de 3 mil colheres de pau por alunos de inúmeras escolas do concelho, desde o 1º ciclo até ao ensino secundário. Essas pequenas obras de arte encontram-se em exposição no Centro de Memória até ao dia 19 de janeiro, dia anterior à evocação da “Feira do Namorados”.
Em Vila do Conde, a primeira referência a uma feira data de 1466. Realizavam-se no dia 20 de cada mês e a de janeiro era conhecida por Feira de S. Sebastião. Mais tarde, quando as feiras passam a dia certo da semana, a “Feira dos vinte” integra a Romaria de Santo Amaro e é esquecido o seu primeiro patrono, S. Sebastião, “um santo que morreu atingido por setas mais brutais do que as do Cupido, mas que poderia ser o S. Valentim da nossa terra”.
Talvez por isto, a “Feira dos Vinte” que disputa com a Feira de 3 de Agosto o subtítulo de “Feira dos Namorados”, mesmo quando passa a ter lugar na sexta-feira mais próxima do seu dia, mantém a memória da época em que as modestas colheres de pau eram portadoras de apaixonadas mensagens.
A colher de pau é o símbolo da “Feira dos vinte” e a tradição à volta deste objeto mantém-se viva graças à colaboração entre a Autarquia e as escolas vilacondenses, que desenvolvem também um trabalho de cooperação nas áreas do português, educação visual e tecnológica.
E assim “nada morre enquanto houver memória!”